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por Isabel Fleck

Perfil Isabel Fleck é correspondente em Nova York

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Lobby de família

Por nyposts
04/01/14 10:30

Na noite da última quinta-feira, enquanto a maioria dos estudantes de Nova York ia dormir na dúvida se a nevasca que chegara iria garantir uma sexta-feira sem aulas, um deles se adiantou e foi consultar uma fonte privilegiada:

dante23

Reprodução do diálogo em rede social publicado no site do NYT

 

“’Bro’, tem uma grande chance de que as aulas sejam canceladas amanhã?”

A resposta, do outro lado, foi, no mínimo, sincera:

“Estou tentando convencer o meu pai.”

O pai em questão é o novo prefeito de Nova York, Bill de Blasio, que acabou cancelando as aulas nas escolas públicas na sexta-feira por conta da nevasca.

Ao vazar a conversa do filho adolescente Dante, 16, com um amigo numa rede social, a imprensa americana não perdoou o “lobby” junto ao pai.

Mas a resposta dos Blasio veio rápida. A mãe, Chirlane, logo mandou um recado pelo Twitter, acompanhado de uma foto de uma pá para tirar neve: “Olha o que o Dante vai fazer amanhã se não for para a escola”.

 

Não deu outra: no fim da manhã desta sexta já circulavam nos sites de notícias fotos do rapaz com a pá nas mãos e cara não muito satisfeita, retirando a neve da frente da casa da família, no Brooklyn.

Aos jornalistas, Bill, o prefeito empossado há três dias, no entanto, saiu em defesa do filho: “Se o Dante não estivesse fazendo lobby [para perder aula], aí sim teria algo errado com ele. Ele tem 16 anos!”

chirlane

“Olha o que o Dante irá fazer se não for para a aula amanhã”, avisa Chirlane (Reprodução/ Twitter)

 

Os filhos jovens de Blasio, Dante e Chiara, 19, ainda não parecem ter entendido o que a vida deles se tornou com a eleição do pai. Mas a equipe que assessora o novo prefeito sim.

Antes da pronta resposta de Chirlane e da defesa “gaiata” de Bill ao “lobby” do filho, um outro assunto bem mais sério foi tratado de forma impecável pela equipe de transição do novo prefeito: o vício da filha mais velha.

Por meio de um vídeo (aqui), divulgado na véspera do Natal, Chiara admitiu lutar contra o álcool, drogas e a depressão. A mensagem, gravada de forma até bastante leve pra um tema tão pesado, tornou algo que poderia ser negativamente explorado por opositores e pela mídia em uma bela mensagem de superação. E ainda aproximou a família de milhares de americanos que passam pelos mesmos problemas em casa.

Mas a política nem sempre vai poder ser de contenção. Chiara e Dante vão precisar aprender que agora são mais do que dois jovens comuns do Brooklyn. Amadurecer vai ser ainda mais difícil do que é para os colegas da mesma idade, porque ocorrerá em frente aos holofotes.

Não serão os primeiros –filhos de ex-presidentes e príncipes britânicos também já passaram pelo teste de fogo. Mas agora as redes sociais deixam tudo ainda mais exposto –e nisso Chiara já sai ganhando do irmão, por não ter conta no Facebook.

A sorte de Barack Obama é que Malia e Sasha entraram na Casa Branca novas o bastante para se habituarem desde cedo à blindagem. Hoje, elas têm 15 e 12, respectivamente. Mas estão crescendo, como o próprio presidente lamentou um dia desses. E ainda há mais três anos de mandato.

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"Diez, nueve, ocho..."

Por nyposts
31/12/13 21:46

Enquanto eu escrevo esse post, centenas de milhares já estão se aglomerando na Broadway, entre a 43rd e a 46th, para tentar acompanhar os 60 segundos em que a icônica bola da Times Square cai para marcar a chegada do novo ano.

A expectativa é que, à meia-noite daqui (3h da madrugada em Brasília), sejam 1 milhão, entre nova-iorquinos e turistas –a grande maioria composta por estes últimos— a acompanhar o evento.

Vale lembrar que lá fora faz -1o. C e neva um pouco. A previsão é que a temperatura ainda caia mais nas primeiras horas de 2014.

Neste ano, um novo tipo de cristal Waterford foi aplicado à bola. Serão 2.688 deles refletindo lá em cima. O designer da companhia irlandesa promete que isso fará a bola brilhar mais. A conferir.

A atração principal da noite é a polêmica Miley Cyrus, que figurou em praticamente todas as capas de tabloides e revistas com retrospectivas de 2013. Definitivamente, a garota teve seu destaque no ano.

Mas o que, de fato, chamou a atenção na programação do evento de 2013-2014 foi a escolha para o responsável por conduzir a contagem regressiva: a juíza Sonia Sotomayor, a primeira latina a se tornar membro da Suprema Corte.

Alguns políticos, como o casal Bill e Hillary Clinton, já foram convidados para fazer a contagem, mas ela fica, geralmente, a cargo de celebridades. Na passagem para 2012, foi Lady Gaga quem contou. Na do ano passado, As Rockettes (as coristas do Radio City Music Hall que dançam de forma incrivelmente coordenada).

Mas com Sotomayor é um pouco diferente. É como, numa comparação grosseira, convidar um ministro do Supremo Tribunal Federal para fazer a contagem regressiva em Copacabana. Soa deslocado.

O simbolismo, contudo, é interessante. Nascida no Bronx, a filha de portorriquenhos foi a primeira indicação do democrata Obama à Suprema Corte. Nesta quarta-feira, Nova York, cidade com uma comunidade latina cada vez mais expressiva, terá seu primeiro prefeito democrata em 20 anos.

Há uma “buena onda” liberal, voltada às minorias, na cidade. E Sotomayor é um dos melhores exemplos de sucesso da comunidade hispânica nova-iorquina.

Que venha um “diez, nueve, ocho…” em Times Square.

Um bom 2014 pra todo mundo!

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Sobre o medo do escuro e do novo

Por nyposts
30/12/13 02:52

No último sábado, dois jovens foram assaltados à mão armada no Central Park. Passava um pouco da meia-noite e eles não estavam numa das áreas mais desertas do parque: andavam pela via que o margeia pelo lado oeste, na altura da rua 64, a uma quadra do Lincoln Center.

Tiveram as carteiras e os celulares roubados e foram ameaçados de morte.

O caso ganhou certa importância nos jornais locais e me chamou a atenção, em especial, porque três dias antes eu me questionava sobre a segurança de estar andando num Central Park praticamente vazio às 18h de uma gélida véspera de Natal.

Na dúvida, saí do centro do parque rumo às vias laterais, que ficam mais movimentadas por conta das pistas de corrida e ciclovias. Só ali havia policiais circulando.

É fato que a cidade viu, sob a era Bloomberg, uma redução significativa da criminalidade –caiu quase um terço (32%) nos seus 12 anos de mandato. Os homicídios foram reduzidos praticamente pela metade (49%) desde 2001, segundo dados divulgados por seu escritório na última semana.

As pessoas se sentem, realmente, mais seguras em andar pelas ruas de madrugada.

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Central Park praticamente vazio numa gélida véspera de Natal (Isabel Fleck/Folhapress)

Para muitos, o novo prefeito, o democrata Bill De Blasio, eleito com uma agenda mais voltada para o combate à desigualdade social, pode botar tudo a perder.

Isso porque De Blasio, que assume na próxima quarta, defende uma tática menos imediatista para o problema da violência: quer confrontá-la no que classifica ser a origem dela. Ele ainda pretende reformular o “stop and frisk”, política de revistas nas ruas considerada discriminatória por ter negros e latinos como principais alvos.

Se o temor sobre De Blasio tiver como base, no entanto, apenas as mudanças que ele deve fazer no “stop and frisk”, dados de um relatório recente conduzido pelo procurador-geral de NY, Eric Schneiderman, podem servir como alento.

Segundo o levantamento sobre as 2,4 milhões de abordagens realizadas nas ruas entre 2009 e 2012, das 105 mil prisões que resultaram delas, apenas 0,1% terminaram em condenações por crimes violentos.

O “stop and frisk” não se mostrou, portanto, a ferramenta mais eficaz no controle da criminalidade.

Resta saber o que De Blasio pretende, na prática, colocar em seu lugar. Se voltarem a ocorrer com mais frequência, crimes como o deste fim de semana podem pressioná-lo a ter que dar esta resposta o quanto antes.

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NY (re)vista pela primeira vez

Por nyposts
29/12/13 22:52

“A cidade vista da Queensboro Bridge é sempre a cidade vista pela primeira vez, em sua primeira louca promessa de [carregar] todo o mistério e a beleza do mundo.”

A observação é feita por Nick Carraway, de “O Grande Gatsby”, de F. Scott Fitzgerald, enquanto atravessa a ponte rumo a Manhattan.

Quando cheguei a Nova York com o objetivo de reportar o que acontece em uma das cidades mais visitadas do mundo, a primeira sensação foi a de que tudo o que acontece por aqui é notícia. A sensação seguinte foi a de que a “novidade” para mim pode já ter sido vista e comentada à exaustão por outras centenas ou milhares de pessoas.

No caso do leitor brasileiro, há ainda um agravante: o país é o terceiro que mais envia turistas a Nova York, perdendo só para os canadenses, que estão aqui do lado, e os britânicos. Falar da cidade para um público tão especializado nela torna o desafio ainda maior.

Por isso, neste blog que estreia hoje, tentarei voltar com frequência à Queensboro Bridge, para reencontrar o novo em Nova York e me encantar sempre. E a partir desse olhar curioso, levá-la a você, leitor.

Ponte Queensboro, em Nova York, vista a partir da margem de Manhattan (Isabel Fleck/Folhapress)

Ponte Queensboro, em Nova York, vista a partir da margem de Manhattan (Isabel Fleck/Folhapress)

A ideia deste espaço é repercutir o que é notícia na cidade, mostrar histórias interessantes e –por que não?– dar dicas de lugares e passeios pela ilha e seus arredores.

Mas também espero ir, vez ou outra, além de Nova York. O que é tema de debate no resto do país também vai ter espaço por aqui.

Nova York já me acolheu muito bem. Espero que você também se sinta bem acolhido neste blog.

Mande sugestões de pautas, de discussões ou simplesmente de lugares para visitar com uma câmera e um bloquinho em mãos.

Deixo para o leitor uma foto da Queensboro (acima), feita em maio de 2011, mas com a vista de Long Island City. A tentativa era buscar o ângulo em que Woody Allen e Diane Keaton foram fotografados em “Manhattan”, em 1979, numa das cenas mais incríveis do cinema americano.

Descobri que o poste e a árvore não estão mais por ali. E que há mais grades. Mas acho até que o resultado final não ficou tão ruim assim.

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