'Bedbug', o novo fantasma do metrô
02/09/14 09:00Que o metrô de Nova York está entre os mais sujos das grandes metrópoles não é exatamente uma novidade.
É só parar para observar o vão dos trilhos, enquanto se espera um dos trens, para ver ratos escalando pequenas montanhas de lixo lá embaixo.
A novidade agora é que os trens têm trazido uma outra “surpresa” nada agradável aos passageiros: os temidos bedbugs. Os insetos, uma espécie de percevejo, já teriam sido encontrados em pelo menos seis das 22 linhas do metrô de Nova York.
Em agosto, teriam sido feitas, pelo menos, 21 denúncias por parte de passageiros e funcionários do metrô sobre a presença desagradável dos percevejos, segundo o tabloide “Daily News”. Uma advogada e uma funcionária do metrô relataram ter sido picadas por bedbugs nos trens.
O MTA, órgão que controla o transporte metropolitano de Nova York, admitiu ter encontrado os insetos em 16 trens. Destes, divulgou apenas que dois eram da linha “N”, que liga Manhattan ao Brooklyn e ao Queens (mais exatamente Astoria, neste último, onde há uma grande comunidade de brasileiros).
O órgão tem evitado o alarde e diz que, assim que se confirma a presença dos percevejos, recolhe os trens para dedetização. “O MTA não encontrou infestação de bedbugs em nenhum trem, e foram encontrados bedbugs em apenas 16 trens, que receberam tratamento”, disse o porta-voz da agência, Adam Lisberg.
Segundo o “Daily News”, já houve relatos da presença dos bedbugs nas linhas 4, 5 e 6 –que atravessam todo o lado leste de Manhattan e seguem para o Bronx e o Brooklyn—, Q e L –que atendem Manhattan, Queens e Brooklyn (esta última passando por Williamsburg, o ponto mais badalado do Brooklyn).
Funcionários do metrô disseram ter encontrado ainda os insetos nos escritórios usados por eles nas estações Astoria Blvd. (Queens), Coney Island e Euclid Ave. (Brooklyn).
“Nunca tivemos relatos dessa magnitude. Tínhamos incidentes isolados em alguns escritórios, mas não é mais um cenário isolado. Está em todo o sistema”, disse Joe Costales, o presidente do sindicato dos trabalhadores do transporte Local 100.
O MTA argumenta que o metrô recebe 5,5 milhões de pessoas todos os dias e que não dá para “checar todos eles” antes que entrem no trem para saber se estão carregando o parasita.
A agência, contudo, já contratou um “especialista reconhecido” para reavaliar os esforços para eliminar a presença dos percevejos no metrô.
Os bedbugs têm esse nome porque se abrigam geralmente em colchões, cortinas e tapetes. Para os viajantes, se tornam um pesadelo se encontrados em hotéis e albergues dos EUA e Europa.
Suas picadas –que geralmente acontecem à noite— podem causar bolhas, dor e muita coceira. A infestação geralmente é rápida e o extermínio não é fácil.
O risco para os passageiros do metrô, além de serem picados no local, é que eles acabem servindo de “transporte” para os percevejos avermelhados –que em sua fase adulta geralmente medem 0,5 cm (veja a comparação ao lado com uma moeda de 1 centavo de dólar)— para suas casas ou escritórios.
Para reduzir essa possibilidade, especialistas recomendam evitar colocar bolsas e mochilas no chão do metrô –o que poderia facilitar o “acesso” dos bedbugs.
Eu, neurótica que sou, parei de ler no metrô e fico agora monitorando o ambiente em volta, para ver se enxergo algum bedbug. Tenho também evitado a linha “N”. E quando dá, troco o metrô por caminhadas.