25 anos de Seinfeld, a mais nova-iorquina das séries
05/07/14 14:44Só “Sex and The City” poderia tirar de “Seinfeld” o título de a mais nova-iorquina das séries (“Friends” já foi descartada da disputa só por ter sido praticamente toda gravada na “Nova York” de um estúdio da Califórnia).
Entretanto, como “Seinfeld” ganha em número de temporadas e episódios, tempo no ar e, principalmente, na preferência da autora deste blog, o troféu é dela –e este post será dedicado ao que de mais nova-iorquino a sitcom que completa 25 anos hoje tem.
>> Aliás, leia a matéria que saiu na Ilustrada hoje, sobre o aniversário da série, neste link. <<
“Personagens” reais, comportamentos, lugares e celebrações típicos da cidade: tudo está lá representado, numa peneira que, para mim, serve como “guia” para conhecer o que Nova York oferece de mais genial.
Segue então uma lista com alguns locais e referências que ajudam a traduzir a NY de Seinfeld:
> Tom’s Restaurant
Parada obrigatória para todos os fãs, o “diner” ao lado da Universidade Columbia empresta sua fachada ao Monk’s Café, um dos pontos de encontro favoritos dos personagens. O Tom’s voltou à TV no intervalo do Super Bowl deste ano, num episódio da nova série de Jerry (“Comedians in Cars Getting Coffee”, para a internet). Nele, Seinfeld e Jason Alexander, o George Costanza, vão ao local, como seus personagens, para um lanche rápido –no intervalo do Super Bowl. Antes de a gravação ir ao ar, relatos dos dois atores juntos no Tom’s circularam pela mídia local gerando boatos de um “retorno” da dupla ou do quarteto.
Se quiser visitar, o restaurante fica aberto 24 horas às quintas, sextas e sábados (nos outros dias, até a 1h30 da manhã) e traz um cardápio típico dos diners da cidade: omeletes, hambúrgueres, alguns tipo de salada e massas, e carnes. O local, obviamente, se aproveita da fama da série (é possível comprar caneca e camiseta do Tom’s), mas tem sua própria história no bairro, contada no documentário “Tom’s Restaurant – a documentary about n̶o̶t̶h̶i̶n̶g̶ everything”, deste ano.
> “The Puerto Rican Day”
Há menos de um mês, foi o “Dia de Porto Rico” por aqui, e é impossível não fazer uma conexão direta com um dos episódios mais hilários da série: carros com música alta, focos de confusão, bandeiras do país para todo lado e, claro, engarrafamento. Nos arredores da 5a Av, onde ocorre a parada, os estabelecimentos –classudos ou não— tentam bloquear o fluxo de fanfarrões com enormes avisos na porta: “banheiro só para clientes”. A curiosidade –ou a distração, como no caso do quarteto de Seinfeld— pode até te colocar no meio do parada, mas já esteja avisado: uma vez lá dentro, vai ser difícil sair.
> “The Soup Nazi”
Um “personagem real”, o iraniano Ali “Al” Yeganeh, inspirou o personagem tirano que vende sopas mediante regras duríssimas em NY. Quem não as segue, ouve um sonoro “No soup for you! (sem sopa para você!).
Yeganeh não serve mais a sopa em sua loja (reaberta em 2010), mas as regras estão lá ainda, e você pode comprar –ainda com um pouco de tensão— uma deliciosa minestrone (ou jambalaya!) na “ The Original Soup Man”, na esquina da rua 55 com a 8a Av.
Leia mais neste post que fiz só sobre o local
> “The Subway”
Se a série ficou popular por gerar uma incômoda mas cômica identificação entre personagens e espectadores, esse episódio eleva esse sentimento à enésima potência com os nova-iorquinos em duas situações:
1 – Kramer tenta indicar a Jerry como chegar em Coney Island:
“Certo, Coney Island. Ok, você pode pegar o [trem] B ou o F, e mudar para o N na Broadway Lafayette, ou você pode atravessar a ponte para a DeKalb e pegar o Q até Atlantic Avenue, depois trocar para o 2, 3, 4 ou 5, mas não entre no G. Veja, é muito tentador, mas você chega à Smith com a 9th st, e então entra no R.”
Elaine rebate: “Ele não pode pegar a D direto para Coney Island?”
2- Elaine, atrasada e em um metrô lotado, discorre, em sua mente, sobre as razões de o trem ter parado:
“Oh, isso é ótimo. Era tudo o que eu precisava. Ok, mantenha a calma, tenho certeza que não é nada. Provavelmente ratos na pista, estamos parados por causa de ratos. Está tão lotado. Como pode haver tantas pessoas? Esse cara realmente fede. Ninguém usa desodorante nesta cidade? Por que é tão difícil? Você tira a tampa, passa o roll-on. (…) Por que ele não está se movendo? O que pode dar errado com um trem?! Ele está num trilho, não tem tráfego! Como pode um trem ficar preso?”
> O taxi em NY
Um clássico. Ainda no episódio “The Puerto Rican Day”, Elaine opta pelo táxi. O táxi não anda. Ela resolve sair do carro, porque consegue “andar mais rápido”. O táxi avança. Ela entra de novo no táxi. O carro volta a parar no congestionamento. Ela paga de novo e sai do táxi, que finalmente consegue acelerar e sair do engarrafamento. Elaine corre.
Em NY? Nada mais real.
> O tour do verdadeiro Kramer
Bem, se você tiver coragem, o “Kramer real”, a figuraça que serviu de inspiração ao personagem de Michael Richards, oferece um tour próprio pelas locações de “Seinfeld”. São três horas, com deslocamento de ônibus e a companhia do “guia” Kenny Kramer, que promete “responder suas perguntas e dar informações de bastidores”. O tour sai geralmente aos sábados (mas nem todos), ao meio-dia, e custa US$ 37,50. Mais informações aqui.