Brasileiros 'driblam' NY para assistir estreia da seleção
12/06/14 22:13O brasileiro Sergio Waldeck, diretor financeiro no Federal Reserve (Fed o banco central americano) em Nova York, levou nesta quinta-feira (12) a camiseta da seleção brasileira para Wall Street.
Pouco antes das 16h (17h no Brasil), Waldeck, que nunca sai do trabalho antes das 18h30, deixou o escritório rumo a um pub próximo, onde se encontrou com cerca de outros 30 executivos brasileiros, para assistir à estreia do Brasil na Copa.
“Todo mundo sabe que sou brasileiro”, disse, assegurando que não causou estranhamento entre os colegas, que seguiram o ritmo normal nesta quinta. “O dia foi um pouquinho corrido, mas vou tentar fazer isso nos próximos jogos do Brasil. Quero assistir ao máximo que eu puder.”
Waldeck, inclusive, já está com passagens compradas para o Brasil para assistir à disputa do terceiro lugar, daqui a um mês.
Assim como o executivo, a grande maioria dos brasileiros que vivem ou estão de passagem por Nova York arrumou um jeito de alterar a rotina de trabalho na cidade que parecia ignorar o início do mundial.
Sérgio Martin, vice-presidente da seguradora AIG usou o horário de almoço para poder assistir ao jogo. “Se Deus quiser, vamos para a final”, disse.
Os brasileiros se organizaram para assistir o jogo em pubs ou restaurantes brasileiros na Rua 46, no trecho conhecido como “little Brazil”, mas não houve festa de rua.
“Quando entrei no metrô, hoje cedo, fiquei emocionada, pensando como estariam os jogadores, pouco antes da estreia. Passei metade da minha vida aqui, mas me emocionou”, disse Shana Claudio, 32, que vive nos EUA desde os 16 anos.
Apesar da empolgação, ela e o marido, o americano Ken Andrews, 34, escolheram o Reino Unido para assistir à final.
“É um país que também gosta muito de futebol. Ir para o Brasil estava caro e fiquei com medo da confusão”, disse.
Vestindo a camiseta com o número do Neymar –comprada pela mulher horas antes do jogo–, Andrews revelou ter “adotado” o time brasileiro. “Eu amo a América, mas não dá. Não vai ser esse ano”, disse.
O empresário Wilson Silver, que está há 26 anos nos EUA, assistiu com apreensão o primeiro tempo num restaurante de “Little Brazil”. “Estava meio apertado, mas acho que o Brasil jogou bem”, afirmou, ao final. Mesmo assim, ele vê com cautela a possibilidade do hexa para o Brasil. “Tem outros três times muito fortes: Alemanha, Espanha e Argentina. Vai ser difícil.”
Mas teve quem deixou para assistir ao jogo na última hora e ficou de fora das festas fechadas. “Estava fazendo um trabalho até agora. Vim para cá com a esperança de ver o segundo tempo”, disse a estudante Vanessa Pessoa, 27, que mora em Nevada e tentava acompanhar o jogo da janela de um dos restaurantes lotados.
Para Bruno Cardoso, gerente do Emporium Brasil, um desses restaurantes, no entanto, o jogo não poderia ter sido melhor. Com a casa — que tem lotação de 130 pessoas — cheia, Cardoso assegurava: “nós vamos para a final, e vamos ganhar”. “O Neymar, esse menino, é bom demais. Ele é o novo Pelé.”