E se Obama se mudasse para NY?
03/06/14 23:12Como se Nova York precisasse disso, a notícia divulgada pelo site “Politico” de que Obama considera se mudar para cá após sair da Casa Branca, em 2017, estufou o peito dos nova-iorquinos e criou alvoroço entre os jornais locais.
Segundo a reportagem, apesar das “raízes” de Obama em Chicago e no Havaí, o presidente “ama a cidade e o anonimato que ela pode oferecer”.
Mas onde viveria? O que faria aqui? Onde as meninas estudariam?
Não se passou nem bem dois dias desde a publicação da notícia e Obama já tem dicas e mais dicas de corretores e moradores –se quiser aproveitar.
Barbara Quintero, corretora da Aizer Realty Group, sugere, em entrevista para o tablóide “am New York”, reformar uma “townhouse” (as típicas casas geminadas de NY) em Morningside Heights –onde fica a Universidade Columbia.
“Esse tipo de propriedade você pode realmente transformar em uma casa muito bonita”, disse.
O jornalista Joe Coscarelli, da revista “New York”, no entanto, arrisca um outro palpite para a família Obama: “O que eles precisam é de espaço. O que eles precisam é o Brooklyn (eles têm CVS lá)”.
“Imagine: uma brownstone [casa geminada, revestida de arenito marrom] de três andares, com pé direito alto, um escritório privado para o presidente escrever, um jardim para Michelle, um parque próximo para Boo e Sunny [os dois cães da família]”, diz Coscarelli.
Parece que o Brooklyn tem lá seu apelo com Obama. Em 2013, ao passar pelo bairro, disse: “Quando vivi aqui, o Brooklyn era ‘cool’, mas não tão ‘cool’”.
Sim, para quem não sabia ou não se lembrava: Obama já viveu por aqui. Por quatro anos (entre 1981 e 1984), período em que se formou em ciência política com especialização em relações internacionais na Columbia.
Nessa época, teria morado em dois lugares: um apartamento em Yorkville (nordeste de Upper East Side), na rua 94, entre a 1a e a 2a avenidas; e outro em Upper West, na rua 109, perto do campus da universidade.
Segundo o próprio Obama, em sua biografia “A Origem dos Meus Sonhos”, o primeiro apartamento ficava num “bloco pouco convidativo” na “instável fronteira entre o East Harlem e o resto de Manhattan”.
“O apartamento era pequeno, com pisos incertos, aquecimento irregular e uma campainha no andar de baixo que não funcionava –então os visitantes tinham que ligar do telefone público do posto de gasolina da esquina, onde um dobermann preto do tamanho de um lobo passava a noite em vigília, suas mandíbulas mordendo uma garrafa de cerveja vazia”, lembra Obama.
Enquanto morava por lá, conta, um vizinho morreu no terceiro andar do prédio, deixando US$ 1.000 em notas pequenas enroladas no congelador.
Se optar por Nova York em 2017, Obama teria uma experiência “um pouco” diferente da cidade. Mas terá outras dificuldades, se quiser morar, por exemplo, num condomínio de luxo.
Em 1979, outro ex-presidente, Richard Nixon, teve que cancelar o contrato de uma penthouse (apartamento na cobertura) na Madison Avenue com a rua 72, por oposição dos moradores.
O escândalo Watergate possivelmente pesou na recusa dos possíveis futuros vizinhos, mas a justificativa primeira foi a privacidade do condomínio.
Jane Maynard, uma moradora do prédio, disse ao “New York Times” na época (agosto de 1979) que Nixon era “muito controverso”.
“Há um número enorme de pessoas que o odeiam, e eu acho que isso poderia mudar o ambiente do prédio se ele vivesse aqui. Iria ter notícia, pessoas e curiosidade cercando o local, possíveis ameaças de bomba e homens do Serviço Secreto”, afirmou.
“Imagine o que aconteceria se o Xá do Irã viesse visitá-lo.”
Bem, esse temor os possíveis futuros vizinhos de Obama não precisarão ter.