Reais por bitcoins
05/03/14 10:09Pouco antes de sair de casa para participar do “pregão” de moeda virtual no Bitcoin Center, em Wall Street, na última semana, cacei uma nota de R$ 50 e coloquei na bolsa.
A ideia era tentar comprar bitcoins com real, já que a descrição do encontro (leia aqui a matéria) na Bolsa deixava bem claro que ali é possível negociar a moeda virtual com qualquer outra moeda –é só achar um interessado.
A princípio, a nota de R$ 50 causou estranhamento. “Mas você não tem dólar?”, me perguntou um dos corretores.
Como uma iniciante no mercado de bitcoins, tive que, antes de fazer a oferta, abrir uma conta em uma Bolsa virtual, com meu celular. O primeiro obstáculo foi o fato de ser um iPhone –a Apple eliminou de sua loja todos os aplicativos de “carteira virtual”.
Com isso, o “endereço” da minha carteira –que me identificam como remetente e destinatária para pagamentos— era apenas uma série quase infinita de números e letras, e não um QR code, como de costume.
Fui então atrás de quem se interessasse em negociar com a moeda brasileira.
A segunda dificuldade foi fazer as conversões, com a ajuda dos corretores. Primeiro, de real para dólar. Depois, de dólar para bitcoin: tudo meio “aproximado”, a partir de consultas rápidas em sites. Pelos meus cálculos, os R$ 50 valeriam cerca de 40 millibitcoins.
Após meia hora, apenas um comprador se apresentou, aparentemente, atraído mais pelo inusitado da transação do que pelos R$ 50 em si.
“Acabei de negociar bitcoins também com um brasileiro de Recife, mas em dólares”, disse o consultor de investimentos Mark Anthony, que me ofereceu 32 millibitcoins pelos R$ 50. Para justificar a cotação desfavorável, argumentou que perderia dinheiro para trocar os reais por dólares depois, numa casa de câmbio.
O fato de ter que digitar todas as letras e números na hora de fechar o negócio quase me custou todo o trabalho de conseguir o negócio.
Enquanto o aperto de mãos selava a troca e os dados da negociação eram registrados com um projetor de vídeo na parede, um email chegava na minha caixa de entrada. Era a confirmação da compra dos meus primeiros bitcoins.