NY PostsNY Posts http://nyposts.blogfolha.uol.com.br por Isabel Fleck Thu, 09 Oct 2014 12:45:01 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Até mais, Nova York http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/10/09/ate-mais-nova-york/ http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/10/09/ate-mais-nova-york/#respond Thu, 09 Oct 2014 12:45:01 +0000 http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/?p=397 Continue lendo →]]> “Ele adorava Nova York. Ele a idolatrava em excesso. (…) Para ele, não importava a estação, essa era uma cidade que ainda existia em preto e branco e pulsava ao som de George Gershwin.”

Assim começa “Manhattan”, de Woody Allen, com a cidade amanhecendo em branco e preto, ao som de Rhapsody in Blue, de George Gershwin.

Assim escolhi iniciar o último post deste blog sobre Nova York, uma cidade que sempre desperta sentimentos em excesso, sejam eles quais forem.

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Manhattan, vista da Roosevelt Island/Queensboro Bridge (Isabel Fleck/Folhapress)

Tudo por aqui vem em demasia: das luzes da cidade e pontos de Starbucks ao volume das sirenes de ambulâncias e à infestação de pragas, como ratos e bedbugs. Tudo é interessante, tudo pode se tornar uma boa pauta e, bem, a cidade te atropela se você tiver a ousadia de tentar ter algum mínimo controle sobre “tudo”.

No primeiro post, mencionei o desafio de escrever sobre uma cidade da qual tanto já se falou e sobre a qual os brasileiros já conhecem tanto.

Durante esse período de correspondência, no entanto, percebi que Nova York sempre vai aceitar novas perspectivas. Por aqui, neste blog, ficou a minha.

Num breve resumo, este foi o espaço para escrever sobre descobertas, como alguns detalhes sobre a passagem de Gabriel García Márquez como correspondente na cidade, e sobre experiências –com um século de diferença– de Walt Whitman e Simone de Beauvoir na Big Apple.

 

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Queensboro Bridge, vista de Manhattan (Isabel Fleck/Folhapress)

 

Ficou registrada por aqui a chegada do novo prefeito de Nova York, Bill de Blasio, com seu “open house” popular, e a tentativa de adaptação da família à nova realidade (com o “lobby familiar” do filho adolescente pela suspensão das aulas num dia de nevasca).

A saída abrupta de Jill Abramson, a primeira mulher a comandar a redação do “New York Times”, por sua vez, foi abordada com um desabafo, no qual falou sobre sua experiência com jornalismo e até Copa do Mundo. Depois falaria sobre muito mais aqui, em entrevista exclusiva para a revista “Serafina”.

Visitei Atlantic City para mostrar o declínio dos cassinos na cidade, e Denver, para ver a adaptação do Colorado uma semana após se tornar o primeiro Estado a legalizar a maconha para uso recreativo.

Curiosidades como a bizarra “prisão do Homem Aranha” na Times Square (e a consequente revolta dos Elmos e Minnies) e a “febre” de Brasil por estas bandas durante a Copa do Mundo também tiveram seu lugar.

No fim do inverno, fui atrás da sopa eternizada em “Seinfeld”, e comprovei que o clássico episódio “The Soup Nazi” ainda impulsiona o negócio do iraniano que inspirou o personagem. Aliás, a série foi devidamente lembrada no blog, nesse post, e na Ilustrada no seu aniversário de 25 anos.

Nos 20 anos de “Friends”, visitei o “Central Perk” recriado no Soho para narrar aos fãs tudo sobre a série que dá para encontrar por lá (até o próximo dia 18).

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Manhattan, vista sob a ponte, na Roosevelt Island (Isabel Fleck/ Folhapress)

 

Falei sobre a aparente aproximação de Obama e Hillary com Nova York, e sobre o mal silencioso que se espalha numa cidade como esta, retratado em “Elena”, filme de Petra Costa que estreou nos EUA em maio.

Como acredito que algumas das dicas dadas por aqui e em matérias publicadas na Folha ainda podem ajudar você, leitor, numa próxima vinda a Nova York, resolvi juntá-las na lista abaixo.

***

> Sobre wi-fi gratuito na cidade

> Sobre as praias de Nova York (um bom programa para um dia insuportavelmente quente de verão)
1. aqui um “por que ir à praia em NY?”
2. aqui sobre a icônica Coney Island e a vizinha Brighton Beach
3. aqui sobre a praia de nudismo em Nova Jersey e a “Hamptons hipster”, Fort Tilden

> Sobre opções de musicais da Broadway (a maioria deles ainda está em cartaz, mas Neil Patrick Harris já foi substituído por Andrew Rannells em “Hedwig”. Em 16 de outubro, é Michael C. Hall, de “Dexter”, que assume o papel principal no musical)

> Sobre o cartão do metrô

> Sobre as melhores pizzas de NY

***

Por último, sugiro apenas que você venha sempre à cidade com um olhar curioso, mesmo que seja sua enésima vez aqui.

Tentei fazer isso nestes meses. No meu primeiro post, havia, inclusive, me comprometido a revisitar a Queensboro Bridge, de onde, segundo Nick Carraway, personagem de “O Grande Gatsby”, Nova York “é sempre a cidade vista pela primeira vez”.

Ontem voltei lá (e em Roosevelt Island), e o resultado está nas fotos deste post.

Agradeço sua leitura nestes meses. Foi um grande prazer escrever o NY Posts.

 

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The End, Queensboro Bridge (Isabel Fleck/Folhapress)

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Nova York, 11 de setembro http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/09/11/nova-york-11-de-setembro/ http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/09/11/nova-york-11-de-setembro/#respond Fri, 12 Sep 2014 01:21:06 +0000 http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/?p=387 Continue lendo →]]> Quando dois prédios desabaram no Harlem em março, após uma explosão causada por um vazamento de gás, a primeira coisa que ouvi das testemunhas do acidente é que eles achavam, na hora, que se tratava outro ataque terrorista a Nova York.

“Saí correndo, porque estava com medo do que viria depois. Nessa hora, a gente só lembra do 11 de Setembro”, me disse o morador Carlos Lopez, 48, na época.

Não é exagero. Treze anos depois, ainda é possível perceber o trauma do nova-iorquino. Muitos têm certeza que a cidade será alvo outra vez de qualquer extremista que seja.

Só que no aniversário dos atentados, o temor ressurge com ainda com mais intensidade. Afinal, não seria previsível que terroristas escolhessem a data para tornar tudo ainda mais trágico? Ainda mais diante do crescimento de uma nova ameaça, o chamado Estado Islâmico, no Iraque e na Síria, que já teria recrutado mais de cem americanos, segundo o próprio governo.

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Luzes iluminam o ponto exato onde ficavam as duas torres do WTC, em Manhattan (Isabel Fleck/Folhapress)

A rotina, no entanto, não pode parar só porque o calendário bateu no 11. A princípio, a quinta teria de começar normal para a maioria. Talvez fosse possível ver hoje mais policiais nas ruas, especialmente nas proximidades do World Trade Center.

Peguei o metrô rumo ao Memorial do 11 de Setembro pouco antes das 8h da manhã. A cerimônia em homenagem às vítimas começaria às 8h30. O primeiro minuto de silêncio estava marcado para as 8h45, hora em que o primeiro avião atingiu a Torre Norte (WTC 1).

Lembrei das várias declarações da época de que só não havia morrido mais gente porque ainda era cedo. Sim, era muito cedo –como hoje—, e o observatório ainda não estava aberto. Às 8h45, Nova York já tem muita gente nas ruas, mas hoje realmente a afirmação fez sentido pra mim: a proporção da tragédia certamente seria maior se tivesse ocorrido uma ou duas horas depois.

No caminho, me questionei em, pelo menos, dois momentos: “deveria mesmo ter pego o metrô hoje?”. Não era só comigo. O barulho de uma mochila pesada caindo no chão assustou umas três pessoas que andavam na minha frente, na estação.

Greg Lopez, que foi voluntário nos resgates e não consegue esquecer os corpos que encontrou nos dias que se seguiram aos atentados, diz ter certeza: haverá um novo ataque terrorista no país.

“Não tenho dúvida. Os EUA incomodam muita gente, porque se intrometeram demais na vida de outros povos”, afirmou, em frente ao memorial.

Familiares da vítimas com que falei também acreditam que os americanos ainda enfrentarão ataques terroristas em seu território. (veja matéria aqui)
 

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Greg Lopez, que trabalhou no resgate, em frente ao memorial do WTC (Isabel Fleck/Folhapress)

 

Para Lopez, não há o que os EUA possam fazer para evitar. Já Cory Palmer, que perdeu um primo nos ataques, acha que Obama está no caminho certo.

Aparentemente, o estado de alerta foi se dissipando na cidade com o passar das horas e o fim de mais um 11 de Setembro. Ao anoitecer, se acenderam as luzes que projetam no céu o espaço antes ocupado pelas duas torres.

O nova-iorquino, contudo, está fadado a carregar, em seu dia a dia, a tensão do imponderável (ao menos pra o cidadão comum), reforçada pelos avisos sonoros do metrô de “If you see something, say something (se vir algo, diga algo)”.

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Declínio e melancolia nos cassinos de Atlantic City http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/09/07/o-declinio-e-a-melancolia-em-atlantic-city/ http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/09/07/o-declinio-e-a-melancolia-em-atlantic-city/#respond Sun, 07 Sep 2014 05:00:55 +0000 http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/?p=372 Continue lendo →]]> “Você já viu um cassino morto assim?”, me perguntou um turista num dos corredores do cassino do Trump Plaza, em Atlantic City, na noite da última terça-feira (2).

Respondi “não” com um sorriso constrangido. Minutos antes eu havia passado (para fins de apuração, veja bem) no cassino do Caesars, que fica ao lado do Trump Plaza no lendário Boardwalk, e o movimento era bem considerável para um início de semana.

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O cassino do Trump Plaza, completamente “morto” (Isabel Fleck/Folhapress)

O cenário deprimente no Trump –com roletas e máquinas caça-níqueis às moscas e funcionários operando num misto de tédio e tristeza— é reflexo antecipado pelo que ocorrerá no próximo dia 16: o cassino será o quarto a fechar neste ano na cidade. Restarão oito no Boardwalk, sendo um deles do mesmo grupo do magnata Donald Trump, o Trump Taj Mahal.

O “Taj”, inclusive, –anuncia um cartaz espalhado por todo o Trump Plaza— receberá por algum tempo as fichas adquiridas no Plaza e se tornará a “casa” dos clientes que ficarão órfãos. “Foi um prazer ter você como nosso hóspede e apreciamos a sua lealdade por todos esses anos”, acrescenta o anúncio.

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Mais cassino do Trump Plaza às moscas (Isabel Fleck/Folhapress)

O Trump Plaza foi inaugurado em 1984, numa época em que já havia outros sete cassinos no Boardwalk – o “calçadão” à beira-mar imortalizado no jogo Monopoly e, mais recentemente, na série “Boardwalk Empire – O Império do Contrabando”, que tem como mote a ação da máfia no local durante a Lei Seca nos EUA (1920-1933).

Os cassinos foram legalizados em Atlantic City em 1976. Nas décadas de 80 e 90, a cidade, que sempre foi o polo desse tipo de atividade na costa leste americana, chegou a superar, em arrecadação com jogo, sua concorrente Las Vegas (que fica em Nevada, no oeste do país).

No entanto, nos últimos anos, com a legalização de cassinos em Estados vizinhos e o abalo causado pela crise de 2008, o Trump Plaza, o Showboat e o novato Revel (que fecharam no último fim de semana) e o Atlantic Club (fechado em janeiro) não aguentaram a concorrência.

>> Veja matéria publicada no jornal deste domingo aqui.

No Trump Plaza, o clima já era de total melancolia a duas semanas do fechamento. No lobby, duas das três lojas já estão fechadas. A única que sobrou, de joias, oferece colares, brincos e pulseiras com até 80% de desconto. Vi uma chinesa comprando mais de dez peças, tamanha a surpresa e satisfação com a barganha.

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Lojas fechadas no saguão do hotel/cassino (Isabel Fleck/Folhapress)

A piscina também já está fechada. Chateada, a mãe com três crianças em trajes de banho foi confirmar com a recepcionista se era isso mesmo. “Infelizmente, agora a piscina só abrirá no fim de semana”, respondeu a funcionária, sem graça. Seriam só mais dois fins de semana até o fechamento.

Dos três restaurantes do hotel, apenas um segue aberto. A enorme remenda no estofado do sofá indica o descaso que maltratou todo o complexo nos últimos anos.

“É o momento mais triste da minha vida”, desabafou Stancy, que trabalhou no Plaza em 30 dos seus 72 anos, atrás do balcão de um quiosque de souvenires. Diz que provavelmente vai se aposentar, apesar de não querer.

É o que deve acontecer com uma importante parcela dos funcionários do hotel que tem mais de 65 anos –a maioria deles exerce funções como a de Stancy, ou ainda de garçom e vigia.

Para outros, como a recepcionista Sonia, 57, o futuro permanece incerto. “Foi um golpe. Trabalhei aqui 20 anos da minha vida, atendendo os clientes. Mas estou muito nova para me aposentar”, disse. “Preciso arrumar um outro emprego, mas estou pensando em algo de meio período. Não quero mais cassino depois dessa experiência.”

Tem sido sobre isso a conversa de quase todas as pequenas aglomerações de funcionários pelos corredores do hotel e do cassino nos últimos dias. Nos rostos, é possível sempre ver a expressão de lamento.

É de se esperar para o Plaza uma despedida tão comovente quanto foi a do Showboat, no último domingo (31). Após 27 anos, o cassino encerrou suas atividades com uma noite carregada de emoção. “Os nossos clientes cativos nos abraçaram e choramos juntos. Era gente que estava sempre aqui, que sabia o dia do aniversário dos nossos filhos”, disse a atendente de bar Ruth Ann Joyce, 58, que trabalhou no Showboat desde o início.

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Melancolia no Boardwalk após o fechamento do Revel (à dir.) e do Showboat (Isabel Fleck/Folhapress)

No caso do Trump Plaza, os hóspedes também já entraram no clima de “funeral” e passaram a se cumprimentar nos elevadores com variações sempre constrangidas de um “é, então é isso…”

Por enquanto, os três luxuosos lustres de cristal da entrada, no entanto, seguem ligados. É a garantia de um resto de dignidade ao cassino que já foi um dos mais imponentes do Boardwalk.

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Os lustres seguem iluminados no Trump Plaza (Isabel Fleck/Folhapress)

 

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'Bedbug', o novo fantasma do metrô http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/09/02/bedbug-o-novo-fantasma-do-metro/ http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/09/02/bedbug-o-novo-fantasma-do-metro/#respond Tue, 02 Sep 2014 12:00:40 +0000 http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/?p=358 Continue lendo →]]> Que o metrô de Nova York está entre os mais sujos das grandes metrópoles não é exatamente uma novidade.

É só parar para observar o vão dos trilhos, enquanto se espera um dos trens, para ver ratos escalando pequenas montanhas de lixo lá embaixo.

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Ratos nos trilhos, bedbugs nos trens do metrô (Isabel Fleck/Folhapress)

A novidade agora é que os trens têm trazido uma outra “surpresa” nada agradável aos passageiros: os temidos bedbugs. Os insetos, uma espécie de percevejo, já teriam sido encontrados em pelo menos seis das 22 linhas do metrô de Nova York.

Em agosto, teriam sido feitas, pelo menos, 21 denúncias por parte de passageiros e funcionários do metrô sobre a presença desagradável dos percevejos, segundo o tabloide “Daily News”. Uma advogada e uma funcionária do metrô relataram ter sido picadas por bedbugs nos trens.

O MTA, órgão que controla o transporte metropolitano de Nova York, admitiu ter encontrado os insetos em 16 trens. Destes, divulgou apenas que dois eram da linha “N”, que liga Manhattan ao Brooklyn e ao Queens (mais exatamente Astoria, neste último, onde há uma grande comunidade de brasileiros).

O órgão tem evitado o alarde e diz que, assim que se confirma a presença dos percevejos, recolhe os trens para dedetização. “O MTA não encontrou infestação de bedbugs em nenhum trem, e foram encontrados bedbugs em apenas 16 trens, que receberam tratamento”, disse o porta-voz da agência, Adam Lisberg.

Segundo o “Daily News”, já houve relatos da presença dos bedbugs nas linhas 4, 5 e 6 –que atravessam todo o lado leste de Manhattan e seguem para o Bronx e o Brooklyn—, Q e L –que atendem Manhattan, Queens e Brooklyn (esta última passando por Williamsburg, o ponto mais badalado do Brooklyn).

Funcionários do metrô disseram ter encontrado ainda os insetos nos escritórios usados por eles nas estações Astoria Blvd. (Queens), Coney Island e Euclid Ave. (Brooklyn).

“Nunca tivemos relatos dessa magnitude. Tínhamos incidentes isolados em alguns escritórios, mas não é mais um cenário isolado. Está em todo o sistema”, disse Joe Costales, o presidente do sindicato dos trabalhadores do transporte Local 100.

O MTA argumenta que o metrô recebe 5,5 milhões de pessoas todos os dias e que não dá para “checar todos eles” antes que entrem no trem para saber se estão carregando o parasita.

A agência, contudo, já contratou um “especialista reconhecido” para reavaliar os esforços para eliminar a presença dos percevejos no metrô.

Os bedbugs têm esse nome porque se abrigam geralmente em colchões, cortinas e tapetes. Para os viajantes, se tornam um pesadelo se encontrados em hotéis e albergues dos EUA e Europa.

Suas picadas –que geralmente acontecem à noite— podem causar bolhas, dor e muita coceira. A infestação geralmente é rápida e o extermínio não é fácil.

 

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O bedbug em seus vários ciclos, em comparação à moeda de 1 centavo (Crédito: NYC.gov)

O risco para os passageiros do metrô, além de serem picados no local, é que eles acabem servindo de “transporte” para os percevejos avermelhados –que em sua fase adulta geralmente medem 0,5 cm (veja a comparação ao lado com uma moeda de 1 centavo de dólar)— para suas casas ou escritórios.

Para reduzir essa possibilidade, especialistas recomendam evitar colocar bolsas e mochilas no chão do metrô –o que poderia facilitar o “acesso” dos bedbugs.

Eu, neurótica que sou, parei de ler no metrô e fico agora monitorando o ambiente em volta, para ver se enxergo algum bedbug. Tenho também evitado a linha “N”. E quando dá, troco o metrô por caminhadas.

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Após morte em revista, polícia de NY tem menor aprovação em 14 anos http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/08/28/apos-morte-em-revista-policia-de-ny-tem-menor-aprovacao-em-14-anos/ http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/08/28/apos-morte-em-revista-policia-de-ny-tem-menor-aprovacao-em-14-anos/#respond Thu, 28 Aug 2014 14:51:41 +0000 http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/?p=354 Continue lendo →]]> Nas últimas semanas, Ferguson, no Missouri, onde o jovem negro Michael Brown, 18, foi morto por um policial branco, se tornou o centro do debate não só sobre ódio racial, mas, sobretudo, sobre a violência policial nos EUA.

Simultaneamente, em Nova York, um outro caso também foi ganhando repercussão na mídia e colocou a atuação da polícia da cidade na berlinda. Em 17 de julho, o Eric Garner, 43, negro, morreu em Staten Island depois de ser revistado e paralisado por dois policiais. Ele estaria vendendo cigarros contrabandeados.

Garner tinha asma e problemas de hipertensão decorrentes da obesidade. Um laudo da própria prefeitura de Nova York apontou homicídio, já que Garner teria morrido após ter seu pescoço e peito comprimidos pelo policial com um “mata leão” (um estrangulamento com o braço por trás).

Após a morte de Garner, a polícia de Nova York registra seu pior índice de aprovação em 14 anos, 50%, segundo uma pesquisa Quinnipiac divulgada nesta quarta-feira (28) –os policiais amargam 42% de reprovação.

A grande maioria dos entrevistados –78%– acredita que a brutalidade dos policiais é um problema “muito sério” ou “sério”, e 63% acham que eles agem com mais dureza contra negros do que contra brancos (30% consideram que o tratamento é igual).

No caso específico de Garner, 68% consideram que não há explicação plausível para a atuação do policial, e 64% acreditam que o oficial que matou Garner deve ser acusado pelo homicídio (apenas 19% são contrários à ideia).

Cerca de 60% da população, no entanto, ainda defende a abordagem policial diante de delitos menores, como beber em público, fazer barulho à noite ou vender pequenas quantidades de maconha.

Na gestão de Michael Bloomberg (2002-2013), a atuação policial com a prática do “stop and frisk” (pare e reviste) foi intensificada. Apesar das inúmeras críticas ao modelo, a cidade teve uma redução significativa da criminalidade –caiu quase um terço (32%)– e os homicídios foram reduzidos praticamente pela metade (49%) nos 12 anos de mandato do ex-prefeito.

O atual prefeito, Bill de Blasio, foi um dos principais opositores do rigor adotado por seu antecessor nas revistas policiais. Para grupos de defesa dos direitos humanos, no entanto, o democrata fez pouco para combater os abusos da polícia nos “stop and frisk” e, principalmente, os critérios pouco subjetivos das abordagens.

Até agora, 55,4% das pessoas revistadas em 2014 foram negras –só 0,4 pontos percentuais a menos que em 2013 e 0,6 pontos percentuais acima de 2012. Os latinos representaram 30,2% dos revistados, e os brancos, 14,4%.

Ainda é cedo para saber o impacto da morte de Garner para Blasio. Segundo o levantamento do Quinnipiac, 35% aprovam a sua resposta ao caso, contra 34% que desaprovam.

Em setembro, uma audiência na Câmara local vai debater mudanças sobre o treinamento de policiais na cidade. O chefe da polícia, William Bratton, já prometeu “mudanças significativas”.

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Nova York pode ser sede de campanha e convenção democratas em 2016 http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/08/13/nova-york-pode-ser-sede-de-campanha-e-convencao-democratas-em-2016/ http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/08/13/nova-york-pode-ser-sede-de-campanha-e-convencao-democratas-em-2016/#respond Wed, 13 Aug 2014 14:32:24 +0000 http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/?p=346 Continue lendo →]]> Nascida em Chicago, Hillary Clinton, a principal promessa do Partido Democrata para a Casa Branca em 2016, anda mais nova-iorquina do que nunca.

E não é só pela rotina adquirida depois que saiu do Departamento de Estado, em 2013, com idas constantes à Broadway, à luxuosa loja de departamento Bergdorf Goodman e feriados em Long Island –programação mapeada pelo “New York Times”.

A notícia, na última semana, de que a ex-secretária de Estado alugou –até 2016— um escritório de 370 metros quadrados, no 27o andar de um prédio na rua 45, com vista para a Times Square, acirrou os rumores de que ela pode estabelecer em Nova York sua sede de campanha. Fica na região também a sede da Fundação Clinton, tocada por Bill.

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Edifício em que Hillary alugou uma sala até 2016 — na qual, cogita-se, poderia ser sua sede de campanha (SL Green/reprodução)

 

Ela também estaria ainda apoiando, com o marido, a campanha do prefeito nova-iorquino, Bill de Blasio, para que o Brooklyn abrigue a Convenção Nacional Democrata, daqui a dois anos.

Até agora, a defesa não foi feita publicamente pela ex-secretária de Estado, ex-senadora e ex-primeira-dama, mas, segundo três fontes próximas às negociações sobre o local ouvidas pelo “NYT”, o Brooklyn já tem a bênção do casal Clinton.

Blasio, inclusive, só teria começado sua campanha pelo Brooklyn depois que teve essa confirmação do apoio. Em um encontro com empresários na semana passada, o prefeito já teria colocado que seria um “cenário perfeito” se Hillary fosse confirmada, no Brooklyn, a candidata do partido à presidência.

A candidatura de Bill, em 1992, foi confirmada também na cidade, mas no Madison Square Garden, em Manhattan.

Nesta semana, um grupo de técnicos do Comitê Nacional Democrata está na cidade para conversar com o prefeito sobre o que o Brooklyn –bairro em que o também democrata Blasio sempre morou, até poucas semanas atrás— pode oferecer melhor ao partido do que as outras opções: Birmingham, no Alabama, Columbus, em Ohio, Filadélfia, na Pensilvânia, e Phoenix, no Arizona.

Segundo a proposta de Blasio, o custo de realizar a convenção por aqui, para o orçamento nova-iorquino, seria de US$ 8,1 milhões, se a cidade conseguisse também atingir US$ 132 milhões em doações.

O evento seria no Barclays Center, casa do time de basquete Nets. A ideia é que barcos particulares levassem os delegados e doadores democratas de Manhattan para o Brooklyn.

O que pesa contra o Brooklyn e Nova York, no entanto, é justamente o fato de abrigar já um eleitorado bastante liberal. Com isso, cidades em Estados historicamente mais indecisos, como Ohio, podem ser privilegiadas na escolha.

A escolha da sede da convenção deve ser anunciada no fim deste ano.

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Prisão de 'Homem-Aranha' na Times Square reacende debate sobre presença no local http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/07/29/prisao-de-homem-aranha-na-times-square-reacende-debate-sobre-regras/ http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/07/29/prisao-de-homem-aranha-na-times-square-reacende-debate-sobre-regras/#respond Tue, 29 Jul 2014 09:50:54 +0000 http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/?p=337 Continue lendo →]]> Uma profusão de “Elmos”, “Woodys” do Toy Store e super-heróis que mais parecem ter saído de um concurso de “cosplay” amador invade todos os dias a já caótica Times Square para dificultar ainda mais o trajeto do nova-iorquino e o passeio do turista mais apressado.

Em grupos ou vagando solitários em meio à multidão, eles têm se mostrado cada vez mais à vontade na abordagem ostensiva e na cobrança abusiva. Uma foto? Não sai por menos de US$ 5 –para cada personagem.

Só que, no último fim de semana, uma confusão reacendeu o debate sobre a presença dos “personagens” na Times Square.

No sábado (26), o policial Eduardo Molina tentou livrar um casal da roubada. Quando um “Homem-Aranha” não aceitou a nota de US$ 1 dada pela turista e exigiu pelo menos US$ 5, o policial decidiu intervir, dizendo ao casal que eles poderiam “doar o quanto quisessem”.

De acordo com o boletim policial, o “Homem-Aranha” mandou então Molina “cuidar da sua vida f.”. Como Junior Bishop, 25, o morador do Brooklyn por baixo do disfarce de super-herói, estava sem seus documentos, o policial lhe deu voz de prisão.

O que veio depois está no vídeo abaixo, publicado pelo tabloide “New York Post”: o “Homem-Aranha” reage com socos, no meio da Times Square, tendo que ser imobilizado por dois policiais. Bishop foi acusado de agressão contra um policial, de resistir à prisão, de conduta criminosa e comportamento desordeiro.

 

Regulação

Há duas semanas, o chefe da polícia de NY, Bill Bratton, havia defendido um projeto de lei que regule e registre quem trabalha fantasiado no local, tirando fotos e pedindo dinheiro. A proposta também é apoiada pelo presidente da Aliança da Times Square, Tim Tompkins.

“Hoje, não há qualquer restrição a uma pessoa que queira colocar uma fantasia e ficar na Times Square”, disse Bratton. A segurança na região é feita por 50 policiais. Eles só podem deter um “personagem” se testemunharem algum crime.

Desde janeiro, um outro “Homem-Aranha” e um “Woody” foram detidos por assédio, e mais um “Homem-Aranha”, por bater em uma mulher.

Do outro lado, a acusação é de que os policiais atrapalham o trabalho dos fantasiados. No domingo, um grupo composto por dois “Elmos”, dois “Homens de Ferro”, uma “Estátua da Liberdade” e uma “Hello Kitty” reclamaram ao “New York Times” que a polícia atrapalha seu trabalho com frequência.

“Os policiais dizem: ‘Não dê nada a eles’”, afirmou Jose Escalona Martinez, 41, vestido de Batman.

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A ex-general do "NYT", jornalismo e Copa do Mundo http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/07/19/a-ex-general-do-nyt-jornalismo-e-copa-do-mundo/ http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/07/19/a-ex-general-do-nyt-jornalismo-e-copa-do-mundo/#respond Sat, 19 Jul 2014 12:00:49 +0000 http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/?p=330 Continue lendo →]]> Diante de uma plateia de não mais que 30 pessoas na sala do apartamento de uma escritora em Manhattan, Jill Abramson volta quase 40 anos no tempo para falar sobre como nasceu sua paixão pelo jornalismo.

Pés descalços –que exibem as unhas pintadas de vermelho— sobre um banquinho de plástico, a mulher de 1,46 metro que comandou o “New York Times” por dois anos e oito meses até ser demitida, em maio, relembra quando, aos 22 anos, foi enviada pela revista “Time” a New Hampshire, para as primárias de 1976.

No bar do hotel onde estava hospedada –assim como praticamente toda a imprensa que se deslocou para lá—, ela sentou e constatou, admirada, que dividia o ambiente com jornalistas como Johny Apple, Walter Mears e Theodore White.

“Lembro de olhar longamente para eles e pensar: aqui estão os jornalistas cujas reportagens me abriram uma janela excelente para o meu país”, conta, num ritmo pausado de quem deseja aproveitar novamente a experiência –agora por meio das palavras.

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Jill Abramson fala a um grupo em apartamento de Manhattan (Isabel Fleck/Folhapress)

Ainda hoje lhe seduz a narrativa detalhada de White em “The Making of the President, 1960”, sobre a eleição de John F. Kennedy.

“Os detalhes são tão vívidos. No primeiro capítulo (…) ele conta que era 2h da manhã [do dia seguinte à eleição] e ainda não havia vencedor. JFK toma então a decisão serena de ir dormir, só que antes vai à geladeira para fazer um sanduíche e… não tem leite. Ele fica puto da vida”, conta Abramson, rindo.

“Esse é um jeito tão intrigante e convidativo de te fazer entrar na história dos anos 60. Obviamente, hoje todos sabem o resultado [da eleição], mas ele ainda consegue criar uma tensão narrativa no livro.”

Logo depois, porém, ela desabafa: “Hoje vivemos no mundo do Twitter, onde tudo é tão momentâneo, que esse tipo de reportagem é difícil de fazer.”

Abramson reconhece o poder do Twitter, da internet, dos novos dispositivos de leitura –como tablets e smartphones—, do jornalista “multitarefa”. Mas sente falta das grandes reportagens.

Elogia então a reportagem publicada no último sábado pelo ex-colega Walt Bognadich. Duas páginas de jornal sobre uma única história de mais uma vítima de crime sexual numa universidade americana. “Li na tela do celular”, confessa. “Fiquei passando páginas e páginas.”

Apesar de se render à tecnologia por vezes –cita o caso de sucesso do Snowfall, projeto multimídia do “Times” realizado sob sua chefia que estabeleceu um novo modelo de reportagem–, ela diz acreditar que o jornal impresso terá, por um bom tempo, o seu papel (inevitável o trocadilho em português).

“O jornal ainda é um modo muito efetivo de absorver informação. Pense aqui no metrô de Nova York: apesar de o wi-fi ter chegado a algumas estações, é muito mais conveniente ter o seu jornal”, argumenta. Para ela, contudo, há espaço para os dois tipos de leitura: digital e no papel. “Só depende de cada situação.”

Ela aposta que, até o fim de sua vida profissional, pelo menos, ainda haverá “revistas vibrantes” e que o jornalismo ainda tem “um papel vital no processo político”. “Boas reportagens políticas são mais importantes hoje do que nunca”, afirma.

Demissão
Depois de um silêncio de dois meses, Abramson falou ao seleto grupo sobre como se sentiu após a demissão do “Times”. “Não foi a melhor experiência da minha vida. Mas, com o tempo, você acaba lidando com ela”, desabafou.

Ela disse ter se espantado com a dimensão que sua saída ganhou, lembrando que dezenas de jornalistas viajaram até o interior da Carolina do Norte só para cobrir seu discurso em uma universidade, após a demissão: “É esquisito se tornar ‘a história’”.

Em tom saudoso, disse que, se pudesse voltar atrás, teria escrito mais reportagens no período em que foi editora-executiva. “Nos últimos anos, sempre transitei entre ser repórter e editora. E sempre sentia falta do que eu não estava fazendo.”

Abramson vai agora lecionar narrativa de não ficção em Harvard, universidade que lhe marcou e onde conheceu Henry, seu marido há 33 anos.

Ela inclusive tem o “H” de Harvard tatuado nas costas, ao lado do “T” do “New York Times” –o que virou uma polêmica à parte após sua demissão. Segundo a própria Abramson, essas foram as duas instituições que a “moldaram”. Nos ombros, tem mais duas tatuagens: de um lado a antiga ficha usada no metrô de Nova York, aposentada em 2003, e, de outro, o símbolo da bandeira da Carolina do Sul, Estado onde viveu.

Abramson parece à vontade no papel de palestrante/professora: ao menos para plateias reduzidas. Faz piada e segue fazendo perguntas.

“Do Brasil? Você não vai me perguntar sobre a Copa, vai?”, diz, sorrindo, ao que eu respondo que, “por favor, vamos mudar de assunto”. Afinal, até quando mesmo vamos sofrer com os 7 a 1?

“Tá tudo bem”, me consola Abramson, antes de ouvir a pergunta de fato. “Eu me sinto da mesma forma com o Yankees.”

 

PS: A palestra foi organizada pela organização sem fins lucrativos The Common Good”. Veja a matéria publicada na Folha aqui.

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25 anos de Seinfeld, a mais nova-iorquina das séries http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/07/05/25-anos-de-seinfeld-a-mais-nova-iorquina-das-series/ http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/07/05/25-anos-de-seinfeld-a-mais-nova-iorquina-das-series/#respond Sat, 05 Jul 2014 17:44:03 +0000 http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/?p=321 Continue lendo →]]> Só “Sex and The City” poderia tirar de “Seinfeld” o título de a mais nova-iorquina das séries (“Friends” já foi descartada da disputa só por ter sido praticamente toda gravada na “Nova York” de um estúdio da Califórnia).

Entretanto, como “Seinfeld” ganha em número de temporadas e episódios, tempo no ar e, principalmente, na preferência da autora deste blog, o troféu é dela –e este post será dedicado ao que de mais nova-iorquino a sitcom que completa 25 anos hoje tem.

>> Aliás, leia a matéria que saiu na Ilustrada hoje, sobre o aniversário da série, neste link. <<

“Personagens” reais, comportamentos, lugares e celebrações típicos da cidade: tudo está lá representado, numa peneira que, para mim, serve como “guia” para conhecer o que Nova York oferece de mais genial.

Segue então uma lista com alguns locais e referências que ajudam a traduzir a NY de Seinfeld:

> Tom’s Restaurant

Parada obrigatória para todos os fãs, o “diner” ao lado da Universidade Columbia empresta sua fachada ao Monk’s Café, um dos pontos de encontro favoritos dos personagens. O Tom’s voltou à TV no intervalo do Super Bowl deste ano, num episódio da nova série de Jerry (“Comedians in Cars Getting Coffee”, para a internet). Nele, Seinfeld e Jason Alexander, o George Costanza, vão ao local, como seus personagens, para um lanche rápido –no intervalo do Super Bowl. Antes de a gravação ir ao ar, relatos dos dois atores juntos no Tom’s circularam pela mídia local gerando boatos de um “retorno” da dupla ou do quarteto.

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Jerry Seinfeld e Jason Alexander, o George, chegam ao Tom’s no início deste ano, durante episódio de “Comedians” (reprodução de vídeo)

Se quiser visitar, o restaurante fica aberto 24 horas às quintas, sextas e sábados (nos outros dias, até a 1h30 da manhã) e traz um cardápio típico dos diners da cidade: omeletes, hambúrgueres, alguns tipo de salada e massas, e carnes. O local, obviamente, se aproveita da fama da série (é possível comprar caneca e camiseta do Tom’s), mas tem sua própria história no bairro, contada no documentário “Tom’s Restaurant – a documentary about n̶o̶t̶h̶i̶n̶g̶ everything”, deste ano.

 

 

> “The Puerto Rican Day”
Há menos de um mês, foi o “Dia de Porto Rico” por aqui, e é impossível não fazer uma conexão direta com um dos episódios mais hilários da série: carros com música alta, focos de confusão, bandeiras do país para todo lado e, claro, engarrafamento. Nos arredores da 5a Av, onde ocorre a parada, os estabelecimentos –classudos ou não— tentam bloquear o fluxo de fanfarrões com enormes avisos na porta: “banheiro só para clientes”. A curiosidade –ou a distração, como no caso do quarteto de Seinfeld— pode até te colocar no meio do parada, mas já esteja avisado: uma vez lá dentro, vai ser difícil sair.

 

> “The Soup Nazi”
Um “personagem real”, o iraniano Ali “Al” Yeganeh, inspirou o personagem tirano que vende sopas mediante regras duríssimas em NY. Quem não as segue, ouve um sonoro “No soup for you! (sem sopa para você!).
Yeganeh não serve mais a sopa em sua loja (reaberta em 2010), mas as regras estão lá ainda, e você pode comprar –ainda com um pouco de tensão— uma deliciosa minestrone (ou jambalaya!) na “ The Original Soup Man”, na esquina da rua 55 com a 8a Av.
Leia mais neste post  que fiz só sobre o local

 

"The Original Soup Man", na esquina da rua 55 com a 8a avenida (Isabel Fleck/Folhapress)

“The Original Soup Man”, na esquina da rua 55 com a 8a avenida (Isabel Fleck/Folhapress)

 

> “The Subway”
Se a série ficou popular por gerar uma incômoda mas cômica identificação entre personagens e espectadores, esse episódio eleva esse sentimento à enésima potência com os nova-iorquinos em duas situações:

1 – Kramer tenta indicar a Jerry como chegar em Coney Island:
“Certo, Coney Island. Ok, você pode pegar o [trem] B ou o F, e mudar para o N na Broadway Lafayette, ou você pode atravessar a ponte para a DeKalb e pegar o Q até Atlantic Avenue, depois trocar para o 2, 3, 4 ou 5, mas não entre no G. Veja, é muito tentador, mas você chega à Smith com a 9th st, e então entra no R.”
Elaine rebate: “Ele não pode pegar a D direto para Coney Island?”

2- Elaine, atrasada e em um metrô lotado, discorre, em sua mente, sobre as razões de o trem ter parado:
“Oh, isso é ótimo. Era tudo o que eu precisava. Ok, mantenha a calma, tenho certeza que não é nada. Provavelmente ratos na pista, estamos parados por causa de ratos. Está tão lotado. Como pode haver tantas pessoas? Esse cara realmente fede. Ninguém usa desodorante nesta cidade? Por que é tão difícil? Você tira a tampa, passa o roll-on. (…) Por que ele não está se movendo? O que pode dar errado com um trem?! Ele está num trilho, não tem tráfego! Como pode um trem ficar preso?”

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Elaine no metrô lotado e parado (reprodução de vídeo)

 

> O taxi em NY
Um clássico. Ainda no episódio “The Puerto Rican Day”, Elaine opta pelo táxi. O táxi não anda. Ela resolve sair do carro, porque consegue “andar mais rápido”. O táxi avança. Ela entra de novo no táxi. O carro volta a parar no congestionamento. Ela paga de novo e sai do táxi, que finalmente consegue acelerar e sair do engarrafamento. Elaine corre.
Em NY? Nada mais real.

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Elaine corre para alcançar o táxi, depois de sair dele por duas vezes (reprodução de vídeo)

 

> O tour do verdadeiro Kramer
Bem, se você tiver coragem, o “Kramer real”, a figuraça que serviu de inspiração ao personagem de Michael Richards, oferece um tour próprio pelas locações de “Seinfeld”. São três horas, com deslocamento de ônibus e a companhia do “guia” Kenny Kramer, que promete “responder suas perguntas e dar informações de bastidores”. O tour sai geralmente aos sábados (mas nem todos), ao meio-dia, e custa US$ 37,50. Mais informações aqui.

 

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Wi-fi gratuito além dos cafés em NY http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/06/30/wi-fi-gratuito-alem-dos-cafes-em-ny/ http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/2014/06/30/wi-fi-gratuito-alem-dos-cafes-em-ny/#respond Mon, 30 Jun 2014 13:51:47 +0000 http://nyposts.blogfolha.uol.com.br/?p=317 Continue lendo →]]> Quando se pensa em conexão de graça em Nova York, a primeira opção que vem à cabeça é entrar no próximo café que apareça pelo caminho.

A maioria dos parques e algumas praças e pontos turísticos, no entanto, também oferecem wi-fi gratuito —muitos deles, com boa velocidade de conexão.

O último parque a implementar o serviço foi o High Line, em maio passado, como parte de um programa da operadora AT&T. O serviço gratuito da AT&T pode ser usado hoje em 21 parques da cidade —cerca de 10 mil pessoas acessaram a internet de graça, a partir desses hotspots, em 2013.

 

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O High Line, que passa a oferecer wi-fi-gratuito em algumas parte do parque (Isabel Fleck/Folhapress)

O Central Park possui quatro destes pontos —o zoológico, o Rumsey Playfields (área de concertos), o pavilhão Mineral Springs e o restaurante Tavern on the Greens—-, e é melhor garantir que você esteja perto deles se quiser ter sucesso na conexão.

Nos parques em que a conexão é fornecida pela rede Time Warner Cable, o acesso gratuito é limitado a dez minutos, por até três vezes em um mês.

Espaços como o Bryant Park, o Lincoln Center e a Biblioteca Pública de Nova York oferecem seu próprio serviço de wi-fi gratuito, geralmente com boa conexão. Em todos eles, é necessário apenas selecionar a rede e aceitar as regras de utilização. Na Times Square, é possível acessar a internet sem custo no centro de visitantes, que fica junto ao Museu da Times Square, na 7a Avenida, entre as Ruas 46 e 47.

No metrô, apenas algumas estações, como a Grand Central e a Times Square, oferecem conexão gratuita. Em alguns casos, como nas estações 23 St e 14 St, apenas usuários de algumas operadoras de celular, como AT&T e T-Mobile, não precisam pagar pelo wi-fi.

Veja aqui um mapeamento das redes gratuitas feito pelo bureau de turismo de Nova York.

Na última semana, o órgão responsável pelos aeroportos de Nova York anunciou que adotará um sistema gratuito de conexão até o fim do ano nos terminais do JFK, La Guardia e Newark. Atualmente, os usuários têm que pagar US$ 4,95 (R$ 11) por uma hora ou US$ 7,95 (R$ 17,50) pelo dia.

* Trecho desta matéria foi publicado na edição da Folha desta segunda-feira (30) e também está aqui

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